domingo, 27 de agosto de 2017

Debate de Termelétrica é remarcado para setembro

Ambientalistas, estudantes, índios e moradores protestaram (Foto: Irandy Ribas/A Tribuna/Arquivo)

Após uma tentativa fracassada, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) remarcou a audiência pública sobre o projeto para construção de uma usina termelétrica em Peruíbe. O quinto e último debate sobre os impactos ambientais do empreendimento será em 28 de setembro, às 18 horas.

A unidade tem custo estimado em R$ 5 bilhões e deve gerar mais de 4,5 mil empregos diretos na fase de construção – cerca de 400 após o início das operações, previsto para 2023. O novo encontro ocorrerá no auditório do Peruíbe Palace (Avenida 24 de Dezembro, 30, no Centro).

A audiência final para discutir publicamente o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) da futura termelétrica, inicialmente agendada para dia 17, foi suspensa.

O Consema alegou questões de segurança para não promover esse encontro, para o qual se reuniram mais de 600 pessoas num espaço para, no máximo, 300. Na ocasião, ambientalistas, estudantes, índios e moradores contrários ao projeto ocuparam o espaço. Eles subiram no palco e impediram a continuidade dos trabalhos.

No mínimo, em 2019

O Consema, ligado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, informou que providenciará "reforço para garantir mais tranquilidade aos participantes" do próximo ciclo de debates. Essa etapa antecede a obtenção do licenciamento ambiental prévia do chamado Projeto Verde Atlântico Energias. A documentação é necessária para tirar a iniciativa do papel, o que se espera, de forma mais otimista, para 2019.

Em nota, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirma que o EIA-Rima está na fase inicial de análise por sua equipe técnica. O órgão também cita que ainda "não emitiu nenhuma autorização para a instalação do empreendimento".

Resistência

O projeto prevê a construção de uma usina termelétrica (movida a gás natural) nas proximidades do Jardim São Francisco e do Caraminguava, do lado direito (sentido Peruíbe) da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega. Ela terá capacidade para produzir quase o dobro do atual consumo de energia dos moradores da Baixada Santista.

A instalação do empreendimento enfrenta resistência de moradores e ambientalistas. Eventuais degradações em áreas protegidas, impactos nas aldeias indígenas e poluentes na atmosfera e mananciais são os principais argumentos contra a termelétrica.

Entre os principais impactos ambientais, há o desmatamento nas áreas onde deverão ficar as torres de transmissão e nos locais de implantação do gasoduto. A empresa afirma adotar todas as providências exigidas por lei.

Em nota, a companhia Gastrading Comercializadora de Energia S.A. (responsável pela termelétrica) diz que avaliará os pedidos de ambientalistas e moradores contrários ao empreendimento após o término das audiências públicas.

"O projeto está em análise pela Cetesb e somente após a avaliação (do órgão estadual) iremos verificar as possibilidades e as ações (de eventuais mudanças)", indica.

Fonte – Matéria publicada pelo Jornal A Tribuna


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